Rejuvenescimento com Células Tronco

Atualmente se fala muito em células-tronco e é grande a curiosidade da população em saber como elas atuam e se estas células já estão sendo usadas na medicina. As células-tronco podem ser encontradas na medula óssea, no cordão umbilical e em todo o organismo – em diferentes graus de concentração; recentemente descobriu-se, por exemplo, que os dentes de leite têm uma grande concentração dessas células, assim como a placenta, o líquido amniótico e a gordura.

A gordura tem uma concentração 100 a 300 vezes maior de células-tronco que a medula, o que foi uma revolução na medicina e na cirurgia plástica. Como pesquisadores que somos e buscando sempre estar atualizados, na primeira etapa das nossas pesquisas, conseguimos isolar as células-tronco da gordura de um modo simples e os resultados do nosso estudo de análise celular foram publicados em 2010 na revista médica britânica de cirurgia plástica JPRAS (Journal of Plastic, Reconstructive and Aesthetic Surgery) e na revista médica americana Aesthetic Surgery Journal, referências mundiais no ramo da cirurgia plástica.   

Continuamos estudando o modo de aplicá-las na cirurgia plástica, beneficiando os pacientes. Como são células tronco adultas, ou seja, células do próprio individuo, não há questões éticas e religiosas, como ocorre com o estudo das células-tronco embrionárias. Assim, a segunda etapa das nossas pesquisas consistiu em testes laboratoriais para comprovarmos os efeitos e a segurança para o clinico em seres humanos. Estamos registrados no Comitê de Ética- CONEP e REBEC (Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos). Com os primeiros resultados obtidos na restituição do volume da face em deformidades genéticas, sequelas de trauma e para o tratamento do envelhecimento da face, assim, recebemos o Premio da Instituição americana “The Boby Contouring Research Foundation Funded Prize” em 2012, em Genebra, durante o Congresso da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS), onde concorremos com 2000 trabalhos de todo o mundo.

A partir disto, voltamos ao laboratório para a terceira etapa das nossas pesquisas, onde estamos buscando novos avanços no setor do rejuvenescimento da face, pescoço e pele humana, testando os efeitos de regeneração da célula-tronco a nível celular. Para tal, estamos ligados a Universidades no Brasil e na Europa que são referencias no estudo das células-tronco em todo o mundo. Temos o privilegio de trabalhar hoje com profissionais, pesquisadores e Professores de alto nível cientifico.

NOSSAS PESQUISAS PIONEIRAS NO MUNDO mostraram que a aplicação de células-tronco da gordura na pele de 20 pacientes causou o rejuvenescimento da pele com formação de novas fibras elásticas, aumento da hidratação, aumento do numero de vasos sanguíneos e diminuição da elastose, que são fibras elásticas danificadas pelo sol e que causa flacidez da pele.

Recebemos por esta pesquisa o Premio de Melhor Trabalho Científico Internacional da Revista Americana “Plastic and Reconstructive Surgery”, em 2016, em Los Angeles (USA), considerada a melhor revista de cirurgia plástica do mundo. Assim, hoje somos um dos poucos cirurgiões plásticos no mundo com conhecimento para a aplicação de células-tronco para rejuvenescimento de pele em Seres Humanos.

São inúmeras as possibilidades do uso dessas células em um futuro próximo, como na reparação de células ou tecidos danificados; só para citar alguns exemplos: uma paciente submetida a mastectomia pode ter seu seio ‘reconstituído’;  um paciente com marcas de queimaduras pode ter a pele reparada em seu aspecto estético, amenizando as cicatrizes. Futuramente, um paciente que teve um órgão decepado poderá substituí-lo, como no caso da jovem francesa que teve seu rosto desfigurado por um cão. A mesma foi submetida a uma cirurgia de transplante parcial de face; cirurgia complexa e com múltiplas complicações físicas e psíquicas. No futuro, em casos semelhantes, seremos capazes de ‘reproduzir’ o rosto do paciente, refazê-lo como era antes do acidente e com suas próprias células. As perspectivas são muito promissoras.